domingo, 8 de julho de 2012


Eu sou a palavra
Mesmo não dita
Mesmo maldita
Mesmo nos suspiros escondida
Eu sou a palavra calada
Engolida, remoída
Sentida e doída
Numa fenda interna
Que me devora aqui dentro
Em minha imaginação inerte
Breve e intensa
Que não me permite morrer
Eu sou a palavra
Mesmo não dita, maldita, escondida
Nos sonhos de uma voz calma
Que anseia o grito
Eu sou a palavra
Palavra viva.

domingo, 10 de junho de 2012


Corda Bamba



Talvez nos falte entender

toda essa confusão que chamamos de vida

o tudo que somos

e tudo que está aquém disso tudo

O tempo vai lhe ensinar, mas eu vou antecipar

Quanto mais nos tornamos aquilo que almejamos ser

mais queremos ser surpreendidos pelo que o Acaso nos traz em suas entrelinhas...



Medo e Desejo


A corda bamba aos nossos pés

lá embaixo, o público que torce a favor, e às vezes contra,

E nós com nosso varão divido em peso e leveza

direita e esquerda

Desejo e Medo



Não esqueça: Entusiásmo... Malícia e pureza... e cumplicidade...

O sabor da cumplicidade fica por conta da fantasia

que bom poder sempre sonhar...

(para
 Janine)
(Sequencia final da Sopa...)
"os outros atores trazem outros objetos e vão aos poucos depositando no tacho, até que um deles segura o tacho e outro traz uma concha, com a qual mexe a sopa... outro traz prato fundo e colher, a sopa é servida e todos começam concorrer para provar da sopa.
1. Hummm! Que delícia!!
2. É mesmo, muito boa!
3. Ah, eu vou querer repetir!
... 4. Isso se sobrar!
5. Que maravilha! De que é mesmo?
6. De carne? Não, de frango?
7. De peixe?
8. Não de cenoura...
Eles saem conversando e Deus eu o Diabo retornam ao palco...
Deus. (mete a mão no tacho e tira a pedra...) Acho melhor dizer a eles do quê é a sopa?
Diabo. Tá Doido? My God!!! Não tá vendo a felicidade deles? Fica quieto que o jogo só está apenas começando... apenas começando!(pega o tabuleiro de xadrez)  As brancas são minhas!"

(...tenho mais e mais me convecido que seria mais feliz se não tivesse olhado dentro do tacho...)
 
Ele tomou distância daquela casa
a contemplou de longe por muito tempo
ele sabia que ela escondia algo
um segredo - um sonho - seu tesouro
E ele decidiu encontrá-lo
Começou a vasculhar cada canto
cada brecha, cada minúsculo espaço
Ele sentia
não podia negar
Era como sentir o cheiro
e não saber de onde vem
Ele precisava encontrar
Não dava pra buscar sem (des)arrumar
Sem (des)montar... (des)construir
e até "sem querer"quebrar...
Ele precisava buscar
Seu próprio fôlego dependia disso
E seu coração inquieto estava
Era preciso mais...
tinha que tirar tudo do lugar
Ele decidiu encontrá-lo...
Sozinho...

domingo, 18 de setembro de 2011

Inspiração de Clarice Lispector



"Respeite a você mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver."

domingo, 11 de setembro de 2011

Menino

Saí de mim

Me vi correndo na rua
Meio solto, sem rumo
Parecia uma brincadeira
Onde meus saltos se tornavam leves
E cada vez mais se elevavam
Eu conseguia sair do chão
E por instantes, eu conseguia voar
E me via às vezes parar
Para contemplar tantos rostos
Que passavam por mim
Eu parava
Eles não
Acho que nem me notavam
Eu me via colorido
Num ambiente em preto e branco
Num ambiente em cinza
Minhas cores vermelhas impediam que alguém me visse
Eu me via sozinho
Eu me via pequeno
Eu me via sorrindo
Pois eu existia
Naquele lugar
Naquele instante eu me sentia
Como música envolvente
Eu me via vivo
Correndo na rua
Feito um menino
Que nunca deixei de ser
Eterno e único
Dentro de mim.